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(pt) Italy, UCADI #197 - Pesquisa, efeito Trump (ca, de, en, it, tr)[traduccion automatica]

Date Wed, 2 Jul 2025 07:23:41 +0300


Antes de considerar o que está acontecendo no ambiente acadêmico americano, é útil relembrar brevemente o estado da organização da pesquisa pública em nível global, para um posicionamento correto do fenômeno. ---- Este mundo mudou muito em comparação a trinta anos atrás: a pesquisa básica é cada vez menos financiada: há uma obrigação de obter resultados visíveis no menor tempo possível. Nessa corrida utilitária e míope, a Europa está um passo à frente dos EUA, onde (antes do advento do Trump 2.0) era relativamente fácil obter financiamento de pequeno e médio porte, graças a agências federais como a NSF ou o NIH. Na UE, porém, com poucas exceções, muitas vezes é necessário passar pela preparação de megaprojetos que devem prometer a Lua, que exigem muito tempo para serem montados e que raramente são aprovados, tanto pelos fundos limitados disponíveis quanto pela gestão não transparente dos métodos de avaliação.
Com a chegada de Trump, esse cenário está mudando, não tanto por uma mudança de postura da UE, mas "graças" tanto aos cortes feitos nos EUA (cortes essencialmente ideológicos e políticos) quanto à mudança de clima no ambiente acadêmico.
Por um lado, estamos testemunhando reduções significativas no financiamento para estudos de ciências climáticas, imunologia, ciências sociais (particularmente migração), doenças infecciosas e estudos de gênero. Uma operação vagamente semelhante à ideológica que foi realizada na União Soviética, forçando a pesquisa biológica a se alinhar aos delírios de Lysenko, o que fez a URSS retroceder muitos anos nesse setor. No contexto atual, a infeliz decisão não consiste tanto na imposição de uma linha de pesquisa errada, mas na proibição de trabalhar em setores relevantes, mesmo que ainda esteja por ver o quanto realmente querem persistir com todos os cortes atualmente previstos; por exemplo, não creio que os EUA queiram isolar-se do setor das doenças infeciosas, uma área em que realizam investigação classificada, presumivelmente ligada à preparação de guerra biológica, como o trabalho realizado no Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infeciosas (dirigido até 2022 por Anthony Fauci, que teria algo interessante a dizer-nos em relação à COVID - Jeffrey Sachs, que presidiu uma comissão parlamentar encarregada de esclarecer as origens do vírus, não conseguiu obter informações sobre o assunto).
Um segundo tipo de corte, decididamente mais preocupante, é político, disfarçado de luta contra o antissemitismo. O financiamento federal para algumas universidades, incluindo as famosas da Ivy League, foi reduzido (o caso mais marcante foi o da Universidade de Columbia - CUNY - que sofreu um corte de US$ 400 milhões), argumentando que essas instituições patrocinam movimentos antissemitas. Não é de surpreender que a CUNY tenha respondido imediatamente, anunciando medidas para se alinhar aos "desejos" do Sr. Trump, como propor mudanças em alguns currículos (cortando tópicos importantes). Ainda mais preocupante é que na própria CUNY, a professora Catherine Franklin foi demitida, após 25 anos de ensino, por criticar abertamente as políticas israelenses e, em particular, os métodos usados pelas Forças de Defesa de Israel (IDF) na limpeza étnica de palestinos (não eram os EUA, a nação da "liberdade de expressão"?).
Mas os exemplos de autocensura (e que autocensura) não param por aqui. Outro exemplo marcante vem de Yale (outra universidade da Ivy League, a segunda mais antiga depois de Harvard).
Contexto: Ben Gvir, ministro da segurança nacional de Israel e ao mesmo tempo condenado em sua terra natal por incitação ao ódio e apoiador de um movimento definido como terrorista até mesmo em Israel, foi recentemente convidado aos EUA para dar uma série de palestras, de Mar-a-lago a um seminário em Yale em uma associação privada. Para refrescar sua memória sobre o personagem: Ben Gvir divulgou recentemente uma declaração pedindo ao exército israelense que bombardeie depósitos de alimentos e ajuda humanitária em Gaza.
Resultado da visita: Cerca de 200 estudantes de Yale protestam contra a visita do racista e, em resposta, a administração de Yale decide banir o movimento Yaleis4Palestine por incitar o ódio antissemita.
Factos comprovados: (i) não há provas de que a Yaleis4Palestine tenha participado na manifestação espontânea; (ii) há um vídeo onde é possível ver alunos, em círculo, simplesmente gritando (sem tocar) para um certo Netaniel Crispe, que tenta passar pelo meio para encurtar seu caminho; (iii) em outro vídeo judeus ortodoxos são reconhecidos no grupo dos que protestam; (iv) Nethaniel Crispe parece ser um convidado regular ou quase regular em talk shows transmitidos pela Fox News.
Isso não passa de ensaios para o nazifascismo? Se você ainda não está convencido, lembramos que houve casos recentes de portadores do Green Card (documento que permite a um trabalhador estrangeiro residir permanente e legalmente nos EUA) que foram expulsos do país, sem que se saiba qual departamento de polícia ou similar realizou a expulsão.
Portanto, não é de surpreender que muitos estudantes universitários e pós-doutorandos de várias nacionalidades (incluindo eslovenos, belgas, portugueses, franceses, austríacos, mexicanos, chineses e irlandeses) frequentemente deixem de visitar suas famílias por medo de não conseguirem retornar aos EUA ao retornarem. O fenômeno também afeta professores consagrados, cônjuges de americanos, mas sem passaporte americano, que não se sentem seguros em deixar os EUA temporariamente. O sentimento de estresse também se estende aos americanos: 548 dos 690 estudantes de doutorado entrevistados pela revista Nature disseram que estavam pensando em deixar os EUA depois de concluir o doutorado. Embora esse número não deva ser considerado uma estimativa precisa do desconforto, ele indica o forte mal-estar presente na população de estudantes universitários.
O desejo de escapar se estende aos estudos. De fato, estamos testemunhando o desenvolvimento de programas por várias instituições de pesquisa europeias para a contratação de pessoal dos EUA. Entre outras, a Universidade de Marselha, a VUB de Bruxelas; o complexo universitário de Berlim; Espanha como nação e Catalunha com um programa específico; o Instituto Pasteur em Paris e toda a Sociedade Max-Planck na Alemanha. Mas o fenômeno não diz respeito apenas à Europa: a Austrália está preparando programas especiais, sem falar do Canadá, que continua sendo o destino mais atraente por razões óbvias. Não está claro se e até que ponto essas iniciativas serão bem-sucedidas, dados os recursos limitados que estão realmente disponíveis no mundo ocidental para pesquisa e o desejo insano dos governos de gastar apenas em armas; ainda há evidências de uma mudança que pode marcar época.
Para completar o quadro dos tempos sombrios em que vivemos, vamos adicionar os cortes impostos pelo novo departamento DOGE que afetam (entre outros) uma agência federal pouco conhecida que dá suporte a bibliotecas públicas. Sem aviso, uma dúzia de bolsas foram canceladas e, como resultado, três estados - Califórnia, Connecticut e Washington - ficaram sem financiamento para suas bibliotecas estaduais.
É difícil encontrar uma explicação racional para tudo o que está acontecendo, mesmo do ponto de vista dos interesses do império americano. A maior parte dos estudantes de ciências americanos se interessa por finanças, o que é muito mais lucrativo do que empregos na indústria ou, pior, em centros de pesquisa.
A reindustrialização fantasma desejada por Trump não é apenas improvável devido aos salários mais altos dos trabalhadores americanos em comparação aos chineses, não apenas pela falta de infraestrutura eficiente, mas também pela falta de pessoal qualificado.

Antônio Politi

https://www.ucadi.org/2025/05/25/ricerca-effetto-trump/
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