|
A - I n f o s
|
|
a multi-lingual news service by, for, and about anarchists
**
News in all languages
Last 40 posts (Homepage)
Last two
weeks' posts
Our
archives of old posts
The last 100 posts, according
to language
Greek_
中文 Chinese_
Castellano_
Catalan_
Deutsch_
Nederlands_
English_
Français_
Italiano_
Polski_
Português_
Russkyi_
Suomi_
Svenska_
Türkçe_
_The.Supplement
The First Few Lines of The Last 10 posts in:
Castellano_
Deutsch_
Nederlands_
English_
Français_
Italiano_
Polski_
Português_
Russkyi_
Suomi_
Svenska_
Türkçe_
First few lines of all posts of last 24 hours |
of past 30 days |
of 2002 |
of 2003 |
of 2004 |
of 2005 |
of 2006 |
of 2007 |
of 2008 |
of 2009 |
of 2010 |
of 2011 |
of 2012 |
of 2013 |
of 2014 |
of 2015 |
of 2016 |
of 2017 |
of 2018 |
of 2019 |
of 2020 |
of 2021 |
of 2022 |
of 2023 |
of 2024 |
of 2025
Syndication Of A-Infos - including
RDF - How to Syndicate A-Infos
Subscribe to the a-infos newsgroups
(pt) Italy, Sicilia Libertaria #462 - AS RESERVAS SICILIANAS EM CHAMAS (ca, de, en, it, tr)[traduccion automatica]
Date
Wed, 22 Oct 2025 08:42:36 +0300
O sinal é inequívoco. O ataque direcionado e cuidadosamente planejado
neste verão às principais e mais sensíveis áreas protegidas da Sicília
tem um significado político que vai muito além do mero dado criminal.
Não se incendeiam impunemente a reserva de Zingaro, a de Capodarso, o
monte Cofano, os sobreirais de Santo Pietro e de Niscemi, os oásis de
Torre Salsa e de Vendicari, a Cava Grande do Cassibile e parcelas
consistentes do Parque do Etna sem ofender e atingir, além do património
natural inestimável que conservam, aquilo que representam: o fruto de
anos de mobilizações de base para arrancá-las à especulação e à renda
privada, ao imobilismo público, à degradação interessada, para
protegê-las, valorizá-las e entregá-las - enquanto bem comum e gratuito
- à coletividade.
Zingaro, em particular, é o emblema de uma luta dura e participada,
culminada na grande marcha popular de 18 de maio de 1980 que,
interrompendo a construção da estrada costeira e as especulações
imobiliárias a ela ligadas, obrigou a Região Siciliana a instituir ali a
primeira reserva natural siciliana.
Justamente em 18 de maio deste ano celebraram-se os 45 anos daquele
evento, com uma marcha evocativa e várias outras manifestações,
incluindo o transporte para a reserva das cinzas de Franco Russo,
pioneiro do ambientalismo siciliano, falecido poucos dias antes. «Cinza
sobre cinza», dir-se-ia hoje, quando da vegetação (mas também dos
animais) presentes na reserva praticamente nada restou: nos dias 25 e 26
de julho passados foi-lhe ateado fogo a partir de uma dezena de pontos
de ignição, em horário vespertino e com forte vento de siroco,
destruindo completamente 1300 dos 1600 hectares que, segundo
especialistas, dificilmente poderão ser recolonizados pela
biodiversidade, pelos endemismos e pelas espécies raras que os
caracterizavam.
Há quem impute a responsabilidade dos incêndios a grupos criminosos e
empresariais presentes no território e que há décadas se repartem, sem
ser incomodados, as áreas limítrofes à reserva, instalando centenas de
chalés clandestinos, mega aldeamentos turísticos e pedreiras de mármore
devastadoras. A bem dizer, se a de 18 de maio de 1980 foi sem dúvida a
vitória de um movimento nascido de baixo para a defesa do ambiente
natural siciliano, logo foi ofuscada pelo pacto infame com personagens
equívocos firmado pelas administrações locais para a exploração dos
territórios circundantes. Estes não teriam interesse particular em
atrair atenção sobre os seus tráficos a menos que... os políticos de
referência lhes garantissem algum retorno: mediante, por exemplo, a
redução da extensão e do número de reservas existentes, a sua
re-delimitação - regularizando os edifícios clandestinos -, a
liberalização dos acessos (especialmente para caçadores) e das licenças
turísticas, a privatização dos solos residuais de verde. Tudo isto
consta dos programas do nosso centro-direita.
O procurador de Trapani, que por dever de ofício abriu um inquérito que
acabará em nada - como outros no passado (não surpreende: em matéria de
incêndios, esta é a regra em toda parte) -, nem sequer tenta imaginar
que por trás dos incêndios possam estar especuladores e mafiosos; antes,
supõe que sejam responsáveis improváveis inexperientes que contrariaram
as prescrições do prefeito e as portarias dos autarcas, os quais por sua
vez teriam sido incapazes de fazer cumprir as proibições; enquanto a
propagação das chamas teria sido favorecida pela inércia do ente gestor
da reserva - a Florestal -, acusada explicitamente de incúria e de falta
de manutenção.
Do outro lado da Ilha, também o sobreiral de Niscemi - cuja salvaguarda
mobilizou tanto o movimento «No Muos» - foi nestes dias reduzido a uma
paisagem espectral de esqueletos fumegantes. O ridículo atinge aqui o
seu auge porque os garantes da segurança do sobreiral eram os próprios
militares norte-americanos que o invadiram e em parte o comprometeram
com as suas antenas de morte. Tratava-se, como reiterado no comunicado
de convocatória da manifestação realizada em 2 de agosto na contrada
Ulmo, «de uma das áreas naturalísticas mais vigiadas e controladas» da
Itália! E, no entanto, ardeu. Provavelmente, por trás deste aparente
paradoxo, esconde-se uma vontade precisa: livrar-se de uma vez por todas
do sobreiral, presença incômoda que objetivamente tem obstaculizado - e
ainda obstaculiza - as «mãos livres» que os americanos desejariam ter
naquele território e que forças políticas e sociais, nacionais e locais,
há muito intentam conceder-lhes.
«O incêndio do sobreiral desenvolveu-se em 24 de julho, em plena
temporada» - recorda o comunicado do «No Muos» - «não em abril ou maio,
quando ainda não se haviam tomado as devidas medidas de precaução. Quais
são as intervenções de cuidado e defesa do território e das florestas
levadas a cabo pela Florestal e pelo Município? Por que não funcionaram?
Quem está calando a verdade?»
Em Niscemi como em Zingaro, os principais bodes expiatórios continuam a
ser os trabalhadores florestais. Pouco importa se estes devem aos
politiquetes regionais o seu número exíguo, as ineficiências, a
burocratização, tê-los deixado sem meios aéreos de combate (apenas dois
Canadeir disponíveis em toda a Ilha!), terem-se encontrado estranhamente
distraídos no momento em que os incêndios rebentaram (apesar de já terem
ocorrido «fogos de aviso» em anos anteriores) ou terem sido reduzidos a
exigir um odioso pedágio na entrada para lhes permitir - como reza um
folheto turístico - «desenvolver adequadamente o trabalho de tutela da
reserva e de prevenção, além da extinção de incêndios» (sic!)
A acusação aos florestais serve para encobrir a verdadeira matriz -
política - dos incêndios deste verão nas reservas sicilianas. É evidente
que são obra de personagens e grupos que nutrem profundo ódio pelas
políticas ambientalistas, que nas reservas (indígenas, dir-se-ia)
encontraram nestes anos o seu último refúgio, ou então de expoentes da
criminalidade mais ou menos organizada inspirados e talvez impelidos a
interpretar brutalmente, à sua maneira, a mensagem «negacionista» das
mudanças climáticas difundida pela direita no poder na Sicília e no
resto da Itália.
«Amigos» da direita meloniana, esta gentalha vil exercita-se impunemente
em violentar e reduzir a cinzas os santuários da natureza siciliana.
Deve ser combatida politicamente e sem meias-medidas - não delegando a
luta a organismos coniventes ou propositadamente esvaziados, mas
organizando grupos de intervenção autónomos e independentes do Estado,
que retomem a iniciativa ambientalista nos territórios com um programa o
mais radical possível: multiplicar os bens comuns a proteger, também nas
cidades; restaurar o estado dos locais desfigurados pelo clandestinismo
e pelo abandono; alargar e exportar para fora o regime de tutela que
vigora (deveria vigorar) nas reservas; instituir novas (em Zingaro, por
exemplo, a área marinha que se planeava restabelecer na véspera do
incêndio); denunciar abertamente a má-fé que se esconde por trás do
«negacionismo» dos governos de direita.
Natale Musarra
https://www.sicilialibertaria.it/
_________________________________________
A - I n f o s Uma Agencia De Noticias
De, Por e Para Anarquistas
Send news reports to A-infos-pt mailing list
A-infos-pt@ainfos.ca
Subscribe/Unsubscribe https://ainfos.ca/mailman/listinfo/a-infos-pt
Archive http://ainfos.ca/pt
- Prev by Date:
(pt) UK, ACG: Boa noite, Orgulho Ucraniano. A Vitória Parcial do Voto por Pés na Ucrânia: O que Está por Trás Disso? (ca, de, en, it, tr)[traduccion automatica]
- Next by Date:
(it) Italy, Umanita Nova #24-25 - Abbattere il patriarcato, frantumare i generi, liberare i corpi. Anarchia e transfemminismo (ca, de, en, pt, tr)[traduzione automatica]
A-Infos Information Center