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(pt) Spaine, Regeneracion: O que o movimento libertário pode aprender com as instituições estatistas? (ca, de, en, it, tr)[traduccion automatica]

Date Wed, 2 Jul 2025 07:23:31 +0300


Um dos processos mais comuns na psicologia humana é a generalização. Por meio de certos tipos de raciocínio, assumimos verdades gerais sobre pessoas, objetos e construções que são apresentadas de uma maneira particular ou contextualizada. Tem um profundo significado evolucionário, mas obscurece análises detalhadas da realidade. De fato, assim como acontece com outros processos ilógicos1, a generalização ocorre mais pronunciadamente quando emoções intensas, positivas ou negativas, estão envolvidas. Está por trás, junto com outros fenômenos psicossociais, de questões como racismo ou fofoca2.

O movimento libertário não está livre de processos de generalização. Nós, os indivíduos que a compõem, adotamos concepções e opiniões globais sobre diferentes questões com base em nossa ideologia e ideias preconcebidas, mesmo quando nos referimos a instituições estatais. Há inúmeras críticas a serem feitas aos estados plutocráticos modernos, à "democracia" representativa, ao estado-nação, etc. Há abundante literatura sobre esse assunto em nossos espaços, mas o que o movimento libertário pode aprender com essas instituições?

Podemos pensar que não há nada a aprender, que todo o sistema é corrupto, e defender uma reinicialização completa, uma tábula rassa, e começar a construir uma sociedade libertária. Seria legítimo pensar assim, porém, fazê-lo sem uma análise detalhada também seria generalizar. As instituições estatais - e, embora fora da nossa análise, outras como a igreja ou as puramente econômicas como as corporações e cooperativas - podem nos inspirar com aprendizado útil; Afinal, elas existem há séculos, surgindo e sendo moldadas por processos psicológicos e sociológicos complexos.

Vamos fazer um exercício de abertura intelectual e olhar as instituições com uma perspectiva otimista e, acima de tudo, extrativista.

Estrutura, auto-organização e coesão do grupo

Vamos definir "instituições estatais". Estamos nos referindo aqui às organizações que fazem parte do estado e o apoiam. Podem ser mais ou menos integrados, mais ou menos autónomos, mas todos se caracterizam por (1) cumprir processos essenciais à sobrevivência do Estado em todas as suas dimensões, (2) atuar dentro do sistema político e económico capitalista - embora o possam criticar abertamente -, (3) responder ao corpo legislativo e ao aparelho burocrático, e (4) ter uma estrutura interna mais ou menos estabelecida3. Assim, podemos pensar em organismos como ministérios, direções e secretarias estaduais e regionais, ou municípios, mas também em entidades como a Cruz Vermelha, Médicos Sem Fronteiras e outras organizações do terceiro setor, que sabemos que se legitimam suprindo déficits na cobertura assistencial dos Estados (o extremo prático do "Estado ampliado" proposto por Gramsci).

Como podemos entender, de uma perspectiva libertária, os três primeiros eixos costumam ser ativamente rejeitados, mas existe a possibilidade de nos enriquecermos a partir dos processos organizacionais internos dessas estruturas. A auto-organização caracteriza o movimento, mas uma auto-organização eficaz requer informações e experiência sobre como um grupo de pessoas pode atingir intencionalmente um conjunto de objetivos, internos ou externos. Há espaço para a espontaneidade, é claro, mas somente as perspectivas mais anarco-individualistas apostariam todas as suas fichas nesse número.

Em primeiro lugar, estas entidades estatais são habitualmente dotadas - embora nem sempre - de uma estrutura hierárquica centrada na transferência vertical de poder: o ministério determina o que faz a direção, este o que faz a subdireção, este o que faz o secretário... Deixando de lado a questão autoritária, seria ingénuo negar a existência de relações de poder em todas as interações humanas4, e sobretudo nas relações organizacionais, razão pela qual, desde os movimentos libertários, devemos tomar nota do complexo gradiente de autoridades e figuras de poder que encontramos nas instituições e das dinâmicas que se estabelecem entre elas.

O primeiro fenômeno que podemos ecoar é o fato de que a mera concepção de um grupo de pessoas como um "grupo" é suficiente para dar origem a comportamentos que favorecem o próprio grupo e prejudicam aqueles que não fazem parte dele. Aplicado à nossa situação atual, isso deve levar a um cuidado especial na atribuição de funções dentro de grupos auto-organizados, especialmente aqueles com alto valor de gestão (por exemplo, relações externas, dinâmica interna, preservação de informações), uma vez que a mera designação, eleição ou criação voluntária de grupos de trabalho, comissões, comitês, etc., pode levar ao elitismo do comportamento das pessoas que os compõem. O benefício para o próprio grupo, portanto, passa a significar a perpetuação do status quo e a manutenção daqueles que estão "abaixo" nos mesmos degraus mais baixos, ou até mais baixos, se possível.

O que a Psicologia nos diz que podemos fazer? A questão aqui está na categorização social: categorizamos a realidade social e desenvolvemos diferentes identidades coletivas com base nos grupos aos quais percebemos que pertencemos. Como os seres humanos sempre buscam a autopreservação, a sobrevivência (da melhor forma possível), buscamos identidades coletivas positivas, benéficas e de status superior, então, caso tenhamos que criar grupos funcionais delimitados dentro de movimentos auto-organizados, podemos evitar o acúmulo de poder (1) borrando as fronteiras desses grupos, favorecendo a entrada e saída de pessoas ou fazendo com que certas funções ou objetivos sejam compartilhados com outros grupos existentes; (2) criar identidades globais fortes, aumentando o tempo gasto trabalhando em grupos gerais em oposição aos mais especializados/menores, fomentando a coesão social de todo o movimento e criando comunidades informais que não se limitem às fronteiras dos referidos grupos de trabalho; e (3) extrair o máximo possível da tomada de decisões de grupos específicos para grupos mais gerais ou para o coletivo como um todo.

As relações de poder são mais do que comportamentos individuais; elas são o resultado de dinâmicas interpessoais e intergrupais complexas. Não basta estabelecer freios e contrapesos, mecanismos de controle e até mesmo monitoramento constante; devemos analisar a dinâmica de grupo de nossas organizações e sindicatos para determinar se há um processo latente de elitismo. Embora esse processo nunca seja limitado em instituições estatais e seja comumente incentivado, a atribuição estrita de poderes e hierarquias induz processos de controle secundários à dinâmica informal de grupos.

Vale a pena dedicar parte do nosso tempo dentro dos movimentos libertários para debater e chegar a um consenso sobre as funções, objetivos e, se aplicável, responsabilidades dos grupos especializados que criamos para evitar brechas que possamos explorar, e quaisquer mudanças propostas devem ser analisadas detalhadamente. Além disso, como já mencionamos, não é aconselhável ceder soberania a grupos especializados.

Por outro lado, sabemos que as instituições se tornam mais ineficientes quanto mais gerentes intermediários nomeiam, enquanto a ação direta é reduzida. Essa realidade pode ser devida tanto à transferência de poder das bases, que já caracterizamos como indesejável, quanto ao aumento da burocracia processual, que discutiremos mais adiante.

Comunicação interna e transparência

Uma crítica constante às instituições estatais é sua falta de transparência. Essa crítica parece estar no caminho certo: as agências estatais escondem o máximo de informação que podem se isso as beneficia, mas esquecem que, em muitas ocasiões, o terreno também é fértil para essa corrupção, pois comunidades e indivíduos ignoram os processos de informação e os relegam a segundo plano em sua própria hierarquia de atenção. Se nossa cultura e educação enfatizassem que toda ação ou decisão tomada deve ser comunicada aos grupos que podem afetá-los, e que todas essas informações devem receber um momento de nossa atenção, estaríamos diante de uma perspectiva diferente.

Dos movimentos libertários, nos beneficiaríamos ao fomentar uma cultura organizacional baseada na comunicação eficiente, de modo que nossos próprios meios de transmissão de informações sejam refinados, mantidos e utilizados regularmente, enquanto os membros estejam cientes da importância desses processos de comunicação. Também pode ser uma estratégia eficaz definir por consenso que tipo de informação deve ser transmitida, por mais trivial que pareça ao envolvido ou ao público, e a regularidade com que grupos e indivíduos devem comunicar as ações e decisões implementadas.

Também devemos lembrar que a comunicação presencial aumenta a probabilidade de a mensagem repercutir no destinatário, por isso é benéfico revisar e resumir os principais pontos, ideias e discussões anteriores no início das reuniões entre diferentes grupos, especialmente dentro do coletivo ou movimento como um todo.

Além disso, é preciso estar atento aos ritmos de cada indivíduo, pois todos os movimentos terão entradas e saídas, bem como giros, ao longo do seu desenvolvimento. Todas essas mudanças individuais podem representar um desafio para o grupo-alvo, já que as chegadas representam novas entradas e novas necessidades, as partidas podem estabelecer sentimentos negativos compartilhados6 e os retornos podem criar tensões devido ao confronto de novas informações com informações passadas. O que as instituições corporativas chamam de protocolos de integração e desligamento tem origem em uma teoria de recursos humanos a serviço da exploração, mas está enraizado em uma realidade que não podemos ignorar. Assim, considerar coletivamente como gostaríamos de ser recebidos, como gostaríamos de sair e qual seria o melhor processo para nos reconectarmos com o movimento levaria a uma melhoria de médio a longo prazo em nossas organizações.

Burocracia

Embora a análise extrativista pudesse ser desenvolvida mais extensivamente, o leitor crítico chegaria a esse ponto com um pensamento em mente: "Que preguiça, tantos procedimentos, tantas delimitações, tanta competição e tanto consenso!" Onde está a ação e a prática? Para onde estamos indo com todos esses processos e a burocracia que eles envolvem?

A burocracia recalcitrante das instituições estatais - especialmente nas áreas de educação e saúde - é claramente um modelo a ser evitado. No entanto, também pode ser um cenário do qual conclusões práticas podem ser tiradas.

Primeiro, a estrutura organizacional democrática gera burocracia. Os únicos dois cenários resultantes do assembleismo sem burocracia de qualquer tipo (estatutos/regulamentos, atas, formulários, etc.) são a comissocracia7 e a inoperância. Quanto mais cedo aceitarmos que um mínimo de burocracia será necessário para a auto-organização, mais cedo poderemos nos concentrar em como evitar ficar presos a ela.

Em segundo lugar, sabemos que a burocracia afasta as bases. Basta analisar os procedimentos que devemos seguir para submeter uma proposta ao Congresso ou processar uma mudança de médico ou de licença. Dessa forma, é preciso ter em mente a ideia de sempre manter o mínimo de burocracia possível, sabendo que as organizações sempre tendem a se tornar mais complexas e aumentar o tamanho de suas estruturas.

Então onde está esse equilíbrio? Cada movimento e coletivo terá suas próprias circunstâncias particulares, e somente por meio de debate e análise detalhada, e até mesmo tentativa e erro, saberemos o que pode funcionar para nós. Entretanto, os movimentos internos dentro dos próprios organismos institucionais (quando criam ou dissolvem grupos de trabalho ou suborganismos, quando reformam regulamentos ou estabelecem novos, etc.) permitem-nos deduzir duas advertências: que a burocracia deve preceder a constituição de qualquer estrutura interna e que, por mais esforço e tempo que lhe dediquemos, individualmente ou em grupo, nunca conseguiremos uma burocracia perfeita.

Seria preferível criar, ao contrário, uma burocracia mínima que se ocupasse dos procedimentos mais sensíveis ou de fácil operacionalização e soubesse deixar em aberto aquelas áreas que não podemos regular, que serão regidas pela galáxia de circunstâncias do momento e que, portanto, cairão no debate e posterior consenso ou dissenso geral8 do próprio coletivo ou organização. Esse processo, como ocorre em certos estados globais, gera uma espécie de "direito comum", uma jurisprudência que se manifesta na forma de experiência organizacional e conhecimento coletivo e estabelece as bases para decisões futuras sem comprometer sua praticidade.

Conclusão

O movimento libertário é aberto e inquieto por natureza, e isso lhe permite, diferentemente de muitas outras ideologias existentes, recorrer ao que parecem ser os principais antagonistas neste caso: instituições políticas e econômicas.

Um aparato estatista gigantesco como os decadentes estados de bem-estar social em que vivemos no Norte global merece ser estudado para descobrir o que podemos aproveitar e aprender, bem como para entender as fraquezas do sistema.

Daniel González Pérez - Grupo de Autoformação Libertária de Compostela

1. Neste caso, estamos nos referindo, em linguagem técnica, à "heurística", um tipo de estratégia cognitiva baseada na experiência que prioriza a eficiência/velocidade em detrimento da precisão (APA, 2025).
2. Em psicologia, é mais comumente chamado de "rumor", conforme proposto por Allport e Postman com sua "teoria do rumor".
3. Por razões operacionais, deixaremos de fora desta definição pessoas físicas, embora às vezes representem uma instituição.
4. Seja de uma perspectiva psicossocial ampla ou de uma análise de gênero profunda.
5. O chamado "paradigma do grupo mínimo", proposto por H. Tajfel, que também teorizou sobre categorização social, que discutiremos mais adiante.
6. Originado tanto pelo vazio causado pela partida como pelos sentimentos que se instalam na pessoa que parte, já que, certamente, ela não perderá as conexões informais com os demais membros do grupo e compartilhará esses sentimentos.
7. Nos movimentos libertários, encontramos vários processos naturais que limitam o surgimento de lideranças autocráticas, mas o desejo de operacionalizar a ação direta pode levar ao estabelecimento de "comissões" que efetivamente controlam todo o movimento. "Comissocracia", portanto, refere-se ao surgimento de valores tecnocráticos ou valores típicos de democracias representativas em espaços supostamente horizontais ou de assembleia.
8. Lembremos que, de uma perspectiva abrangente e de gestão de conflitos, um certo grau de discordância não só não é prejudicial, mas na verdade benéfico para as organizações.
9. Refiramo-nos neste caso, em linguagem técnica, à "heurística", um tipo de estratégia cognitiva baseada na experiência que prioriza a eficiência/rapidez em detrimento da precisão (APA, 2025).
10. Em psicologia, é mais comumente chamado de "rumor", conforme proposto por Allport e Postman como sua "teoria do rumor".
11. Por razões operacionais, deixaremos de lado, para esta definição, indivíduos específicos, que muitas vezes representam uma instituição.
Sexo a partir de uma perspectiva psicossocial ampla ou de uma análise de gênero profunda.
O chamado "paradigma do grupo mínimo", proposto por H. Tajfel, que também teorizou sobre categorização social, significa que falaremos com mais clareza.
Originários tanto do baleiro causado pela partida quanto das sensações que se estabelecem na pessoa que caminha, certamente, não perca seus filhos, informe-se com os demais integrantes do grupo e compartilhe essas sensações.
Nossos movimentos libertários apontam para vários processos naturais que limitam a formação de líderes autocráticos, mas na esperança de operacionalizar a ação direta, podemos levantar ou estabelecer "comissões" que controlem na prática todo o movimento. "Comissiocracia", como logomarca, refere-se ou estabelece valores tecnocráticos ou valores típicos de democracias representativas em espaços supostamente horizontais ou de assembleia.
Lembremos que, de uma perspectiva abrangente de gerenciamento de conflitos, um certo grau de discordância não é prejudicial, mas benéfico para as organizações.

https://www.regeneracionlibertaria.org/2025/05/26/que-puede-aprender-el-movimiento-libertario-de-las-instituciones-estatalistas/
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