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(pt) France, UCL AL #346 - Cultura, leia Victor Pereira: Quem manda é o povo: A Revolução dos Cravos, 1974-1976 (ca, de, en, fr, it, tr)[traduccion automatica]
Date
Fri, 29 Mar 2024 10:12:53 +0300
E a ditadura portuguesa ruiu... com uma canção como apelo: Grandôla,
Vila Morena. Neste 25 de Abril de 1974, com a Revolução dos Cravos, mais
de quarenta anos de ditadura terminaram em poucos dias na sequência da
acção de oficiais aliados do MFA (Movimento das Forças Armadas) apoiados
por militares. ---- Assim ruiu o governo de Marcelo Caetano, herdeiro da
ditadura salazarista e próprio ditador. Rapidamente, isso não era
esperado, milhares de civis saíram às ruas. O golpe militar levou à
queda da ditadura e à Revolução dos Cravos. Em 1974, a Europa ainda
vivia os sangrentos regimes ditatoriais de Espanha e da Grécia. Isso dá
toda a importância histórica do fenômeno. Começaram então dois anos de
agitação revolucionária em Portugal.
No início de 1974, Portugal ainda era um império colonial e o governo
não tinha assimilado as mudanças ligadas à descolonização. O império
tinha cada vez mais dificuldade em conter as revoltas que abalaram
Moçambique, Angola, Guiné-Bissau e Cabo Verde. As revoltas sucederam-se
e a guerra tornou-se muito impopular em Portugal. O país, económico e
socialmente atrasado, vivia uma emigração significativa.
A ditadura parecia estar totalmente subjugada. A total ausência de
liberdades e a repressão impiedosa que pesava sobre a população
alimentaram estes afastamentos. Foi um impasse. A partir de 1973, os
dirigentes de nível médio se organizaram por motivos corporativos.
Muitos acreditavam que as guerras em África não poderiam encontrar um
resultado vitorioso militarmente. Além disso, surgiu a ideia de procurar
uma solução política para estas crises repetitivas. A independência
destes territórios tornou-se uma alternativa possível. O MFA desenhou um
projecto com o fim da ditadura através da acção militar em perspectiva.
A partir do dia 25 de abril a população saiu às ruas e apoiou os
insurgentes. A ditadura caiu rapidamente. Começou então uma série de
manifestações espontâneas e mobilizações populares: greves, ocupações de
moradias, lutas estudantis... Os diques cederam. A fala foi liberada,
surgiram possibilidades, ainda mal definidas. A sucessão foi difícil.
Não faltou apoio à ditadura.
Durante dois anos, intensos debates atravessaram o país, entre militares
e partidos políticos anteriormente proibidos, como o Partido Comunista
Português, o Partido Socialista ou a extrema-esquerda. Interesses
económicos divergentes e a influência da Igreja Católica que apoiou a
ditadura e o regresso dos retornados, cerca de 300 mil repatriados das
colónias, complicaram a situação.
As primeiras eleições em Abril de 1975 mostraram um Partido Comunista
Português e correntes de extrema-esquerda, eleitoralmente mais fracas
que os socialistas com Mário Soares. A direita ainda beneficia de uma
base ampla. Aos poucos, as convulsões revolucionárias e a violência
anticomunista diminuíram. A transição da ditadura para a democracia
ocorreu de forma convulsiva, mas bastante calma. A Revolução dos Cravos
continua a ser um momento único na história das revoluções. Muitas
questões permanecem. Isto não pode ser reduzido à integração na
Comunidade Económica Europeia a partir da década de 1980.
As memórias da Revolução dos Cravos divergem em muitos pontos. A
desilusão espalhou-se gradualmente pelas fileiras da esquerda e da
extrema esquerda. Quanto à direita e à extrema-direita, iniciou-se uma
diluição dos anos salazaristas. Para este tema pouco conhecido em
França, esta obra sóbria, clara e de fácil leitura permite-nos
compreender melhor as esperanças suscitadas por esta revolução dos
cravos e a grande reviravolta que provocou nas ideias. Uma questão
permanece: são as pessoas que comandam um processo revolucionário
decorrente em parte das forças armadas?
Dominique Sureau (UCL Angers)
Victor Pereira, Quem manda é o povo: A Revolução dos Cravos 1974-1796,
Edição Du Détour Novembro 2023, 281 páginas, 21,90 euros.
https://www.unioncommunistelibertaire.org/?Lire-Victor-Pereira-C-est-le-peuple-qui-commande-La-Revolution-des-OEillets
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