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(pt) Italy, FAI, Umanita Nova #30-25 - Quando o Trabalho Gera Pobreza. Relatório do ISTAT (ca, de, en, it, tr)[traduccion automatica]

Date Thu, 4 Dec 2025 07:58:46 +0200


Mais de 5,7 milhões de pessoas vivem em extrema pobreza. A disparidade entre o Norte e o Sul está aumentando, mas a pobreza está se tornando mais "social" e generalizada. Trabalhadores, desempregados, aposentados e famílias estrangeiras são os novos pobres da República do Trabalho. ---- Trabalhar sozinho não basta para escapar da pobreza. Ter uma aposentadoria, um teto sobre a cabeça ou mesmo duas rendas não basta. O novo relatório do ISTAT sobre a pobreza na Itália retrata um país onde a estabilidade estatística mascara o empobrecimento estrutural. Em 2024, mais de 2,2 milhões de famílias (8,4% do total) e 5,7 milhões de indivíduos (9,8% dos residentes) viviam em extrema pobreza. Esses números permanecem formalmente inalterados em relação a 2023, mas revelam uma realidade mais profunda: a pobreza não é mais uma condição "marginal"; é uma condição comum.

A pobreza já não se limita ao desemprego, mas também ao trabalho. Entre as famílias em que o principal cuidador trabalha como operário ou em funções similares, a incidência de pobreza chega a 15,6%; entre os desempregados, ultrapassa os 21%. Mesmo entre os trabalhadores por conta própria, a percentagem permanece significativa (7,4%). Por outras palavras, o trabalho o trabalho real, precário e mal remunerado já não é uma ferramenta de emancipação, mas um meio de sobrevivência. Este é um sinal que coloca em causa todo o modelo social, alicerçado no mito do "pleno emprego" como sinónimo de bem-estar: hoje, as pessoas trabalham mais, ganham menos e vivem pior.

A pobreza está intrinsecamente ligada às desigualdades regionais e de cidadania. No sul da Itália, afeta 10,5% das famílias, em comparação com 7,9% no norte e 6,5% no centro do país. Mas a verdadeira divisão reside entre italianos e estrangeiros: entre as famílias com pelo menos um estrangeiro, a pobreza absoluta sobe para 30,4% e atinge 35,2% quando todos os membros são estrangeiros. Em dez anos, a pobreza entre imigrantes aumentou dez pontos percentuais. Entre as famílias estrangeiras com filhos menores, os picos são dramáticos: mais de 46% no sul da Itália. Trata-se de uma dupla exclusão econômica e social que o racismo institucional transforma em condenação.
Nem mesmo a velhice garante maior segurança: entre as famílias com um cuidador aposentado, a pobreza afeta 5,8%, mas está aumentando nas regiões do sul e nas grandes cidades. Após uma vida inteira de contribuições, muitos idosos se veem obrigados a escolher entre aquecimento e alimentação, entre aluguel e remédios.

As famílias que alugam imóveis são as mais vulneráveis: mais de uma em cada cinco (22,1%) vive em extrema pobreza. O aluguel médio para uma família pobre é de EUR 373, quase metade da renda mensal mínima. As políticas habitacionais, desmanteladas ao longo dos últimos vinte anos, transformaram a moradia de um direito em um privilégio.

Na área da educação, a pobreza diminui com o aumento das qualificações escolares, mas mesmo um diploma já não é garantia de sucesso: entre os que concluíram o ensino médio, 4,2% ainda vivem na pobreza. E entre os menores, a situação é ainda mais alarmante: 1,28 milhão de crianças e adolescentes, o equivalente a 13,8% dos menores italianos, vivem em extrema pobreza, o maior número desde 2014.

Por trás desses números, vislumbramos uma sociedade cada vez mais desigual. A riqueza está concentrada nas mãos de poucos, enquanto milhões são excluídos do sistema de bem-estar social. A pobreza não é um acidente individual, mas um produto sistêmico: surge dos cortes nos serviços públicos, da estagnação salarial, das pensões de fome, da precariedade e da privatização da economia e da vida.

O ISTAT mede a pobreza em porcentagens; nós a vemos nos rostos daqueles que trabalham para sobreviver, nos bairros onde lojas e escolas estão fechando, nas famílias que esperam anos por moradia popular. Em um país onde a desigualdade está crescendo, a verdadeira emergência não é a inflação, mas a justiça social. Enquanto o trabalho for explorado, a pobreza não será um acidente, mas a regra. E enquanto a economia continuar a servir ao lucro em vez das necessidades, cada estatística permanecerá apenas um retrato do desastre.

Totò Caggese2

https://umanitanova.org/quando-il-lavoro-crea-poverta-rapporto-istat/
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