RESOLUC,AO DA 5 CONFERENCIA DA SECC,AO SINDICAL DA COMISSAO DE TRABALHADORES DA OPEL EM ESPANHA
(trad.P.G.) O crescimento do tamanho e poder das empresas multinacionais esta´a modificar profundamente os processos de produc,ao 'a escala mundial.
O mundo inteiro está a ser transformado num laboratório de experimentac,oes com o objectivo de diminuir custos. Ha' produtos acabados constituídos por componentes construídas ou montadas pela mesma empresa em diversas partes do mundo distantes entre si milhares de quilómetros. A mao-de-obra ( e nao so' do trabalhador manual, mas também de projectistas, engenheiros ou programadores) e' em algumas partes do mundo tao barata, quando comparada com a dos paises desenvolvidos, que compensa largamente os custos do transporte.
A planificac,ao da produc,ao nestas condic,oes requer, antes de tudo a condic,ao que se mantenham essas diferenc,as de nivel de vida e, portanto, de salarios. Aos objectivos puramente economicos juntam-se objectivos politicos como parte integrante da planificac,ao como um todo. Esses objectivos sao:
Nos paises de baixos salarios, manter ou criar, onde nao existam, governos cumplices, que com a acc,ao combinada da legislac,ao e da dissuasao por meio das forc,as repressivas, garantam a continuidade de uma mao de obra barata e abundante. Nos paises com mais alto nivel de vida dos trabalhadores e onde existem sindicatos enraizados na sociedade, reduzir os investimentos, manter o alto nivel de desemprego e atacar a legislac,ao laboral e social para ir minando as conquistas anteriores (na sua ansia de nivelar por baixo, chamam-lhes agora «privile'gios») e pressionar trabalhadores e sindicatos com a ameac,a de fabricar onde os sala'rios sao mais baixos.
Outros flancos deste ataque sao a precarizac,ao do emprego, a intensificac,ao da explorac,ao dos trabalhadores por meio da subcontratac,ao, o uso e abuso de trabalhadores «independentes» em actividades que foram sempre objecto de contrato laboral, as horas extraordinárias, as novas formas de organizac,ao do trabalho, ligadas ao objectivo de enfraquecer os trabalhadores na sua luta pela competencia e contra a explorac,ao dos mais indefesos: os emigrantes ilegais, as crianças e as mulheres, através da utilização duma economia subterranea.
Nao temos outra alternativa: face a este ataque em toda a linha para nivelar os salarios por baixo, temos de impor o contrario: a nivelac,ao por cima. Neste sentido lanc,amos daqui uma mensagem de apoio fraterno e de solidariedade a todos os trabalhadores do mundo que lutam contre esse ataque generalizado que estamos sofrendo. Saudamos especialmente:
Aos trabalhadores da Coreia do Sul que se insurgem contra as tentativas do seu Parlamento mante-los 'a forc,a como uma reserva de mao-de-obra barata.
Aos trabalhadores das fabricas da General Motors (GM) e subsidiarias nos Estados Unidos que na primavera e verao deste ano protagonizaram fortes lutas contra a reduc,ao de pessoal, a subcontratac,ao e a degradac,ao das condic,oes de trabalho.
Aos trabalhadores da UPS, a maior empresa privada de correios dos Estados Unidos, que desencadearam uma greve de magnitude desconhecida nos EUA desde ha' muitos anos, lutando contra a subcontratac,ao e as diferenc,as salariais que ela comporta.
Aos trabalhadores das «maquiladoras» do Mexico (mais de 650.000) que trabalham para as multinacionais em condic,oes de semi-escravatura e lutam por melhores salarios, pela sua dignidade e pelo seu direito a organizarem-se em sindicatos.
Em geral, a todos os que lutam contra a tendencia do capitalismo em obriga'-los a retorceder nos seus direitos e a reduzi-los 'a condic,ao duma mercadoria desvalorizada.
Saragoça, 13 de Setembro de 1997
Esta declaração pode encontrar-se também na pagina web de LabourNet/La Red Obrera: <www.labournet.org.uk/spanish/CCOOS.html>
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